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Pedradas
quinta-feira, janeiro 29, 2004
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Auto-crítica?
Vasco Pulido Valente diz: "As pessoas que escrevem nos blogues, como muitas das que escrevem nos jornais, como as que falam na televisão, dão aquilo que elas julgam que serão opiniões. Políticos falhados, jornalistas frustrados e tanta outra gente completamente iletrada, que não conhece os assuntos, e podiam dizer aquilo, ou o contrário, que era igual ao litro."
V.P.V., um dos maiores críticos do P.S.D., em tempos de cavaquismo, candidatou-se pelas listas do mesmo partido à A.R.,com indiferença por tudo quanto tinha escrito e dito anteriormente.
Será que isto significa que ter dito aquilo, ou o contrário, era igual ao litro?
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Vaticanices
Os Santíssimos acusam a indústria farmacêutica de praticar genocídio em África por não baixar o preço dos medicamentos retro-virais. É coerente, visto que vem de quem inicita ao não uso do preservativo.Pelo menos, podem os Santíssimos argumentar que o sabem por experiência própria.
De facto, não me consigo lembrar de alguém com mais autoridade moral para proferir tal acusação... ah, já sei, talvez os dirigentes políticos da África do Sul que consideraram a Sida como uma doença dos fracos de espírito.
É caso para olhar para os céus e pedir Santa Paciência.

terça-feira, janeiro 27, 2004
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Não tornem Lisboa inabitável
Como se não bastasse Pedro Santana Lopes e a sua política municipal, chega agora o mau gosto dos cartazes do Partido Socialista: "Socorro estou a ser assaltada! Faça qualquer coisa Dr. Santana Lopes". O populismo e o mau gosto neles patente é inacreditável. O conteúdo securitário ultrapassa Santana Lopes pela direita. Será que não há mesmo alternativa?
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Demasiado Tarde ("A morte chega cedo")
Lembrei-me, tarde de mais, de que podia apenas ter trasncrito Pessoa.
Aliás, é uma lembança que vale para quase tudo. A sua forma de pensar linguagem é insuperável. Uso o presente, porque ele, de facto não morreu. Não, Pessoa é imortal.

A morte chega cedo


A morte chega cedo,
Pois breve é toda vida
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.

O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou.

E tudo isto a morte
Risca por não estar certo
No caderno da sorte
Que Deus deixou aberto

segunda-feira, janeiro 26, 2004
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Sem título
A morte, em directo, sem razão aparente, entrou nas cogitações de todos. Lembrou o que todos sabemos, mas que só por vezes realizamos, a fragilidade inerente à condição humana. Lembrou como tudo é relatizável, quando comparado com o absurdo-nada que é a morte. Em breve, voltaremos à sobrevalorização dos nossos problemas, que, paradoxalmente, é o único meio de que dispomos para viver paredes meias com o absurdo. Alguma coisa tem de valer tudo para que o nada não seja tudo. Quando a sobrevivência está garantida, tem de ser uma outra coisa, qualquer que seja. A morte está por trás de todos os medos.
quinta-feira, janeiro 22, 2004
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Irritações tendencialmente maniqueístas
Algumas coisas, na esquerda, irritam-me. Irrita-me que a esquerda faça tabu de alguns temas. Irrita-me a pretensão de monopólio de determinadas áreas. Irrita-me um certo culto do elitismo. Mas a direita irrita-me mais. A direita irrita-me muito mais.
segunda-feira, janeiro 19, 2004
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Do Laicismo ao Onanismo Preambular
Em tema de Constituição Europeia, que afinal, segundo alguns, não é mais do que um Tratado, não é possível distrinçar, com grande exactidão, o que é passado ou futuro. De qualquer forma, este "post", tem algo de retrospectivo.
A questão da inserção,ou não, da referência ao cristianismo, no preâmbulo deste Tratado/Constituição, foi decidida pela negativa. Na esteira do paradoxo, que este Blog tem assumido, apetece-nos dizer, Graças a Deus, suspirando de alívio. As razões, que subjazem a tal congratulação, são, essencialmente, de três ordens:
Em primeiro lugar, nem toda a população europeia é cristã. Antes prima pela pluralidade, constituindo uma amálgama multi-cultural, na qual se vislumbram todas as religiões. Acresce também um agnosticismo crescente, pelo que um número considerável de cidadãos europeus não se reveria neste preâmbulo.
Em segundo lugar, numa contexto de alguma tensão internacional, ao qual alguns pretendem, à viva força, atribuir conotações religiosas, é francamente favorável, que a Europa reafirme inequivocamente o seu laicismo, não dando espaço a quaisquer ambiguidadaes.
Por último, a influência do cristianismo, (aliás, na senda da herança greco-roamana) na civilização europeia, é tão óbvia que qualquer referência pecaria por desnecessária ( o uso do verbo pecar é aqui um claro argumento subliminar). Só de imaginar a hipótese da futura figura , Presidente do Conselho, a acabar os discursos com “God bless the european people”...ou um “So help me God” tão ao estilo do George...
Como disse o Pedro, e muito bem, não há bela sem Zenão, e, de facto, num preâmbulo que globalmente nos faz sentir orgulhosos por sermos europeus, encotramos o inacreditável, que passamos a citar: “Gratos aos membros da Convenção Europeia por terem elaborado a presente Constituição em nome dos cidadãos e dos Estados da Europa” Ora estes membros são os mesmo que redigiram o preâmbulo... Será possível que, a vontade de ficar na História, ofusque assim tanto a noção do ridículo?

sexta-feira, janeiro 16, 2004
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Não bastava terem criado o neologismo "chui" ?
Chego do cinema. Fui ver o "Na América" do Jim Sheridan. Simplesmente fabuloso. Não vou esboçar qualquer tipo de crítica ao filme. Deixo isso para os críticos, pela mesma razão que me leva a não querer que seja um sapateiro a extrair o meu siso incluso.
Agora, quanto à tradução tenho de deixar umas palavritas... como se não bastasse traduzirem "cop" por "chui", (chui é tradutês, daí estar entre aspas também. Desafio alguém que, já tenha ouvido e não lido esta palavra, a atirar a primeira pedra) formularem as negativas daquela maneira bizarra, ainda foram mais longe: não é que traduziram "you can´t do that because you are a junkie" por "não consegues fazer isso porque és um lixo". O que se seguirá? Certamente ultrapassa os limites do inimaginável... Por favor, não traduza mais filmes, ou tenha mais atenção... de contrário começo a fazer crítica cinematográfica!
quinta-feira, janeiro 15, 2004
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Concertação Surreal
Basta pensar nas propostas de aumentos salariais, anunciadas por este governo, para justificar o título: 2% para salários até €1000, congelamento dos restantes.
É muito coerente fazê-lo, defendendo o equilíbrio orçamental a qualquer custo, e, depois, tomar a posição que se tomou em termos de política comunitária, quanto ao (in)cumprimento do P.E.(c.).
É muito coerente fazê-lo aumentando as despesas com a defesa, visto a invasão das tropas estrangeiras ser eminente ( o eixo do mal anda à solta).
A anunciada reforma fiscal ficou para depois, apenas se exceptuando a correcçãozita feito ao IVA, um imposto respeitador do pr. da capacidade retributiva, por definição.
Todos têm de fazer um esforço, sobretudo se forem trabalhadores por conta de outrém.
Mas não é este tema que ocupa o presente blog. Apenas pretende assinalar mais uma nota de surrealidade:
Ontem, no programa duelos imprevistos, a moderadora da sic notícias apresentou os intervenientes, Carvalho da Silva e Vasco da Gama. De seguida rematou a introdução com : "esperemos que este programa ajude a descobrir novos caminhos". A nossa curiosidade obriga-nos a perguntar: marítimos?
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Para-paradoxos e disparates afins
- Será a utilização da palavra cliché ela própria um cliché?
- A criação do conceito de patente foi patenteada?
- O que deve fazer, o redactor de uma acta, caso alguém intervenha, nos seguintes termos : "O que eu digo não se escreve" ?
- O parvo do Aquiles vai alguma vez apanhar a estúpida da tartaruga?
São este tipo de zenãos que tornam a aprendizagem um processo tudo menos linear.

PM

sábado, janeiro 10, 2004
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A aliteração ou quão mediocre é o medo da mediocridade
A simplicidade de alguns dos outros evidencia o quão mediocre é este meu presunçoso receio.
sexta-feira, janeiro 09, 2004
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Lógica
A. A guerra no Iraque justificar-se ia se fossem encontradas armas de destruição maciça.
B. Com a caputra de Saddam Hussein a guerra está justificada
C. S. Hussein é uma arma de destruição maciça.

Talvez seja esta a mesma lógica que subjaz à existência de uma federação que, arvorando-se em guardiã para-universal dos direitos humanos, é constituida por um número considerável de estados que aplicam a humana pena de morte.
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O Nome
Começando onde terminou o meu último post, vou abordar a temática nome. Desta vez, não o do blog, mas o meu. Ao salientar o evidente óbice de me não chamar Pedro e, ainda assim, escrever para este blog, ocoreu-me discorrer sobre a importância do nome (concretamente o meu) na existência (concretamente na minha).
O facto de ter um nome invulgar não é algo que seja indiferente, e constato mesmo que já houve cães nesta casa com mais nome de gente do que eu. Na verdade, o meu nome permite o simétrico daquela velha piada de alguém que passeando um cão é abordado por um desconhecido, nos seguintes termos: " Como se chama" ao que responde "Piloto", replicando o estranho "Não, o cão..."
Não é difícil imaginar a situação desagradável que pode ser uma simples apresentacão informal, e o autêntico pânico que pode ser uma aula de apresentação ou evento similar. Um estranho professor do secundário, uma vez, comentou : "o seu nome faz-me lembrar o século XIX". Nuca percebi exactamente o que queria dizer com aquilo...
Às piadas recorrentes com a famosa loja da baixa, e com o verbo preferir já só respondo com um tímido sorriso. Quantas e quantas vezes, no obscuro reino da burocracia, me peruntam "? Per, Pro, Por", ou pior escrevem-no, decididamente, de forma errada. Um simples reserva telefónica de um bilhete de teatro pode ser um drama, quando surge o inevitável " fica em nome de?". Em qualquer jogo de futebol, os desconhecidos pensam que se trata de um "petit nom" por causa do malfadado jogador... Enfim, é um sem número de situações eventualmente traumatizantes que eventualmente me traumatizaram!
Agora, como em tudo, há também nisto um lado positivo. Nunca virei a cara em vão na rua, por estarem a chamar qualquer outro Porfírio! Quantos de vocês podem dizer o mesmo? (Pedro, não sei se se justifica usar o plural quanto aos nossos leitores) Quantos de vocês já foram dispensados de pagar um serviço de táxi, porque o motorista tinha o mesmo nome que o vosso?
O lado mais giro prende-se com o facto de podermos construir do zero, ou quase (maldito jogador de futebol), a imagem que se associa ao nosso nome. Não há , neste aspecto, aquele preconceito que temos em relacão às pessoas, devido às homónimas que antes conhecemos. Contrapõe-se-lhe no entanto outro, o de simplesmente se ter um nome estranho. Às vezes bom, às vezes mau, é sermos facilmente indentificáveis como amigo comum de alguém, quando o nome vem acidentalmente à conversa. Enfim, que concluir? Talvez que um blog de nome porfirio + um qualquer sufixo nunca resultaria tão bem como um pedradas...
Não, mãe, isto não significa que já te tenha perdoado!
terça-feira, janeiro 06, 2004
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A Apresentação ou O Porquê
A pergunta óbvia e pertinente é porquê vir para aqui escrever umas coisas, que provavelmente não terão interesse nenhum, quando há tantos e tão bons livros para ler? Como normalmente acontece, com as perguntas pertinentes e óbvias, também esta fica sem resposta, ou com um tão oco como categórico "porque sim".
Poderia aventar diversas razões: a vontade de escrever umas coisas regularmente para me disciplinar, a vaidade, fumar menos cigarros por dia, pois não tenho o hábito de fumar em frente ao computador, enfim...
Talvez a decisão esteja definitivamente influenciada por esta época tão propícia ao desenho de novos projectos, cujo futuro passa, regra geral, pela sua não realização (de facto imaginar que há uns seres, nos quais me incluo, que sempre que o seu planeta completa o movimento de translacção , pensam e bradam "na próxima volta é que vai ser" deveria fazer repensar todo a existência).
Posto isto volto a sublinhar que me fico pelo porque sim, e acrescento que sim o facto de não me chamar Pedro foi um obstáculo difícil de superar para fazer parte deste Blog!
Por último deixo um pedido de desculpas, pois venho de facto estragar a piada do nome do blog, e um desejo, o de não estragar o que dele sobra ao Pedro...
Termino este primeiro post, desejando um ano cheio de coisas boas, durante o qual concretizem todos os vossos projectos!

PM


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